Pesquisa sobre T&D de Professores

Pesquisa sobre T&D de Professores

Pesquisa sobre T&D de Professores 1350 900 Vizta

O que os professores brasileiros querem aprender? Como avaliam os cursos a que têm acesso? Quais são suas dores e demandas em T&D (treinamento e desenvolvimento)?

Para responder a essas questões, a Vizta Educacional conduziu uma pesquisa online com 454 professores da educação básica de todo o país, assim distribuídos:

Em termos de experiência em sala de aula, os respondentes estiveram assim distribuídos:

Fatores de escolha dos cursos

Perguntamos aos professores que fatores costumam ser mais decisivos para fazerem um curso ou treinamento. A soma das respostas é superior a 100%, porque cada respondente poderia escolher mais de um fator.

É interessante notar a diferença de incidência quanto à dimensão de conteúdo: “meu interesse” (89%) x “interesse da escola” (35%). Esse resultado dá a entender que, possivelmente, muitas instituições oferecem cursos fora da área de interesse dos professores. De fato, pelos depoimentos que temos colhido, poucas vezes os educadores são efetivamente consultados a esse respeito.

Vale observar também que os aspectos mais acadêmicos ou formais dos treinamentos (base da ementa, currículo dos mediadores e certificação) parecem ter muito menos peso do que aqueles relacionados à entrega de valor efetiva dos cursos (conteúdo de interesse e percepção de aplicabilidade prática). 

Também é interessante o grau de importância dado à conveniência, escolhida como fator decisivo por mais da metade dos respondentes, o que reflete a atribulada agenda dos professores, que não têm como flexibilizar os horários das aulas propriamente ditas.

Quando analisamos esses fatores por segmento e por área de conhecimento dos professores, há poucas variações significativas, mas vale o registro detalhado:

Formatos das experiências de aprendizado

Para entender melhor a questão da conveniência, pedimos aos professores participantes que indicassem o melhor dia da semana e turno para a realização dos cursos e treinamentos.

As respostas pareceram mais dispersas do que imaginávamos a princípio. Mesmo a opção mais marcada (2ª a 6ª à noite) não constitui a opção da maior parte dos respondentes. 

Essa dispersão reforçaria a necessidade de consultar as equipes antes de qualquer treinamento e poderia sugerir que os formatos de treinamento assíncrono seriam mais adequados.

No entanto, quando levados a avaliar os possíveis formatos de cursos, os professores parecem ter rejeição significativa aos treinamentos gravados.

Considerando que a pesquisa foi feita após mais de um ano com experiência de ensino remoto em virtude da pandemia de covid-19, surpreende o percentual de professores que preferem ser capacitados presencialmente. 

Ao analisar essas respostas à luz do segmento dos professores, temos os seguintes resultados:

Em outra parte da pesquisa, perguntamos aos professores que tipo de experiência de aprendizagem preferem para seu desenvolvimento profissional.

A grande maioria (quase 78%) prefere cursos de curta duração ou oficinas práticas. Essas respostas indicam que a questão da eficiência no uso de seu escasso tempo e a vocação prática dos cursos são mesmo prioritários para os profissionais de educação. 

Vale ressaltar a baixa adesão dos respondentes a conteúdos em redes sociais, o que talvez indique que esse material – cada vez mais abundante – sirva muito mais a objetivos de marketing do que ao desenvolvimento docente propriamente dito. 

Grau de interesse por temas

Finalmente, em relação aos temas para seu desenvolvimento profissional, a pesquisa apresentou oito tópicos e pediu que os professores apresentassem seu grau de interesse em cada um, de 1 (nenhum interesse) a 5 (máximo interesse).

A formação dessa lista se baseou em levantamento prévio das dimensões mais oferecidas e procuradas por fornecedores de treinamento docente, inclusive a própria Vizta. 

Considerando o total de respostas 4 e 5 em relação ao todo, percebemos que todos os temas apresentam algum grau de interesse para os respondentes, mas com distinções importantes:

Dois aspectos chamaram nossa atenção aqui. O primeiro é que nenhum tema teve classificação como baixo ou muito baixo interesse, o que talvez indique uma abertura dos professores ao seu desenvolvimento.

O segundo aspecto é que o tema com menor interesse foi justamente aquele que parece ter um apelo mais teórico do que prático, muitas vezes já suficientemente abordado nas licenciaturas.

Quando segmentamos esses interesses de acordo com a área do conhecimento dos professores, há alguns destaques dignos de nota:

  • os de Matemática classificam “gestão do tempo, organização e produtividade” como interesse “muito alto”;
  • os professores de Linguagens e Ciências Humanas dão um pouco mais de importância às “tendências atuais” do que seus colegas de Ciências da Natureza e de Matemática;
  • os professores de Ciências da Natureza têm interesse significativamente menor pelo tema de “inteligência emocional” que os colegas de outras áreas.

Outra análise leva em considerando o segmento de atuação dos professores. Também aí podem ser identificados aspectos interessantes:

  • os professores do Ensino Médio parecem ter interesse mais concentrado nos itens ferramentais (boas práticas de aula e recursos tecnológicos);
  • o tema de metodologias ativas e criatividade é mais relevante para professores do Ens. Fundamental do que para aqueles do Ensino Médio, talvez pelo volume de conteúdos desse segmento, algo que tende a mudar a partir da Nova BNCC e, principalmente, de mudanças no Enem;
  • em três tópicos (inteligência emocional, neurociência do aprendizado e linhas pedagógicas), houve muita variação quanto ao grau de interesse nos diferentes segmentos;

Considerações finais

Conduzida entre abril e maio de 2021, essa pesquisa já começou com uma surpresa: o alto índice de engajamento dos professores nas respostas. Nossas estimativas indicam um índice de resposta próximo a 20%, bastante alto para um levantamento online dessa natureza.

Essa alta participação é um sinal positivo de que os educadores brasileiros têm bastante interesse em seu desenvolvimento profissional, tema que se tornou latente diante dos desafios advindos da pandemia de covid. Ao mesmo tempo, analisando as respostas, reforçamos nossa convicção de que os caminhos mais significativos de treinamento e desenvolvimento devem levar em consideração estas premissas:

  • mão na massa: professores já contam com muitas ofertas de conteúdos “teóricos” e preferem treinamentos com aplicabilidade prática;
  • qualidade efetiva x discurso: mais importante do que as “provas sociais” superficiais (currículo de mediadores, ementa etc.) é a qualidade efetiva nos treinamentos, dada a escassez de tempo dos profissionais de ensino;
  • flexibilidade e objetividade: a conveniência e o formato das capacitações são muito importantes, o que significa que é preciso criar ofertas flexíveis e de uso efetivo do tempo.

Se, em qualquer campo profissional, o tema do aprendizado contínuo está cada vez mais presente, isso parece ainda mais verdadeiro no campo da educação, dada a própria natureza transformadora dessa atividade.

Resta aos gestores e profissionais de T&D entenderem que não basta oferecer conteúdos em quantidade, sem ouvir as demandas e interesses efetivos dos professores.

[Com base nos resultados dessa pesquisa, elaboramos o Vizta PDD 2021, um programa de desenvolvimento docente absolutamente conectado com as necessidades dos professores e seus objetivos pessoais. Se quiser ter mais informações a respeito desse programa, envie um e-mail para contato@vizta.com.br.]

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